Se eu tivesse nos lábios todos versos
Te daria as letras como selos.
E as portas seriam tuas passagens,
Para tua água que toca minhas margens.
Levas meus grãos de terra tão sedentos
Que te juro que em minhas pastagens
Te seriam perpétuos os meus votos,
Como são os das santas monjas virgens.
Porém, em teu regaço já há flores,
E em mim jazem de amores outros restos,
Decompostos em massas e odores.
Acontece que tu a terra feres
Quando passas corrente como os rios,
Quando és água sob novas pontes.
Stella Araujo