Se me ama, ama assim aos pedacinhos.
Ame minhas orelhas,
Meu jeito estranho de andar.
Os olhos outros já amaram.
Ame meu dedinho mindinho,
Meu dedo médio, anelar
E seus formatos diferentes em cada mão.
Ama assim inesperadamente.
Ame como ninguém costuma amar.
Ame-me quando eu caio,
Ame-me quando eu desafino.
A lucidez todos já elogiaram,
Ame meus desatinos.
Ame-me quando eu estou doente.
Ame-me quando estou chata.
Quando sou feliz todos amam.
Ame-me sem motivos especiais,
Ame-me por me amar demais.
Porque o amor é feito passarinho,
Os afobados espantam.
Ame-me quando estiver longe,
Mas não sufoque o espaço.
Ame-me quando estiver pertinho,
Mas não me enforque com seu abraço.
Ame-me por ser a única assim como sou:
Com esses olhos que te olham
E que vão te amar se você me amar assim:
Aos pedacinhos.
(Stella Araujo)
domingo, 20 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
Poema
Digo assim sem dizer
O que penso, sinto e vejo
Desse modo paralelo, reto, curto
Digo assim sem dizer que digo
Para você que sente como eu sinto.
Essas palavras espectros.
Um tanto transparentes,
Um tanto inocentes.
Ditas assim sem preocupação
Rápidas, translúcidas, úmidas.
Palavras espelhadas,
Sem cores definidas.
Sem formas conhecidas.
Pequenos "espantos" do coração.
(Stella Araujo)
O que penso, sinto e vejo
Desse modo paralelo, reto, curto
Digo assim sem dizer que digo
Para você que sente como eu sinto.
Essas palavras espectros.
Um tanto transparentes,
Um tanto inocentes.
Ditas assim sem preocupação
Rápidas, translúcidas, úmidas.
Palavras espelhadas,
Sem cores definidas.
Sem formas conhecidas.
Pequenos "espantos" do coração.
(Stella Araujo)
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