segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ruas que passam

Hoje eu andei por essa rua que já foi minha,
Onde ladrilhei todas minhas histórias de                                                                        [infância.
Pedrinhas de brilhante que cintilam apenas                                                            [na memória
E pelo asfalto que corri quando criança.
Nessa rua tem uma dormideira
que bocejando me cumprimentou.
Meu toque a fez voltar a dormir
E com um novo sonho me deixou.
Daqui cem anos volto para acordá-la.
Não sei que novas esperanças terei até lá.
Lembrei do monte que avistava dali
Quando tantas vezes em solidão me                                                                          [encontrava.
Sentei na calçada de cimento
Onde me machuquei e lamentava.
Dona Maria ainda mora aqui,
Olhou-me curiosa enquanto eu passava.
O sol ainda é o mesmo,
A casa não mudou,
Mas há algo diferente,
algo que não se inteirou.
Sinto no peito o deslocamento
que a distância proporcionou.
O que era saudade agora já acabou...
Já não é mais a minha rua essa que passou.

(Stella Araujo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário