Amor, um sentimento tão travesso.
Qual ouro, mas não se pode dar preço.
No coração se marca como escrita
Enquanto o peito não bate, saltita.
Nessa desabitada mina desço
E minha vida vira do avesso.
Não era ouro, era uma pirita,
Mas a maldita era tão bonita!
Enche de cores toda a minha rua,
Essa que já foi minha e também sua.
Porém, já sei que de nada me vale.
Estamos tão distantes quanto a lua
Que diante da Terra está nua.
Somos no universo um detalhe.
(Ella Maria)
segunda-feira, 29 de julho de 2019
sábado, 27 de julho de 2019
Não é um poema de amor
Já não faço poemas de amor,
Mas não pense que isso é por rancor.
É que não sou Florbela para amar,
Sentir paixão e então fantasiar.
Escrevi um poema de amor.
Te peço perdão, meu caro leitor.
A intenção não era te enganar,
É que me perco a devanear.
Ocorre que se amor é fogo, arde.
Se arde é porque é incandescente,
Brilha e dói forte bem dentro da gente.
Não quero que você seja um covarde,
Mas o amor não se entrega ao imprudente,
Um descuido e a dor é decadente.
(Ella Maria)
Mas não pense que isso é por rancor.
É que não sou Florbela para amar,
Sentir paixão e então fantasiar.
Escrevi um poema de amor.
Te peço perdão, meu caro leitor.
A intenção não era te enganar,
É que me perco a devanear.
Ocorre que se amor é fogo, arde.
Se arde é porque é incandescente,
Brilha e dói forte bem dentro da gente.
Não quero que você seja um covarde,
Mas o amor não se entrega ao imprudente,
Um descuido e a dor é decadente.
(Ella Maria)
quarta-feira, 24 de julho de 2019
Manual de Instrução
A vida é ilegível,
Mas elejo caminhos
Todos os dias.
Não sei como
Ou o porquê.
Aceito as condições
Sem ler.
(Ella Maria)
Mas elejo caminhos
Todos os dias.
Não sei como
Ou o porquê.
Aceito as condições
Sem ler.
(Ella Maria)
segunda-feira, 22 de julho de 2019
Probabilidade
Somos apenas duas
Entre sete bilhões de pessoas
Em duas centenas de países,
Com uns sete milhares de idiomas,
E mais uns tantos deuses.
Ou encontros são milagres,
Ou tremendos enganos.
Nesse louco cálculo vital,
Qual a probabilidade de dano?
gre
me
E se está apaixonado?
Queria o destino juntar
Duas almas descontentes
Ou quis o coração criar
E para o cérebro mente?
Tempo e Espaço
É o que nos separa.
Tempo e espaço
E a razão da gente.
(Ella Maria)
Entre sete bilhões de pessoas
Em duas centenas de países,
Com uns sete milhares de idiomas,
E mais uns tantos deuses.
Ou encontros são milagres,
Ou tremendos enganos.
Nesse louco cálculo vital,
Qual a probabilidade de dano?
Três passos para a esquerdaNuma descida ín
gre
me
E se está apaixonado?
Queria o destino juntar
Duas almas descontentes
Ou quis o coração criar
E para o cérebro mente?
Tempo e Espaço
É o que nos separa.
Tempo e espaço
E a razão da gente.
(Ella Maria)
domingo, 21 de julho de 2019
Sagrado
Poesia é um milagre
Sem ter religião.
É vinho, é vinagre,
É minha extrema-unção.
É pra que se consagre
Palavras à razão.
E poeta se sagre
Sem ter qualquer grilhão.
Poeta não é santo,
Mas através do espanto
Escreve sua mensagem.
Não tem reinado e manto,
Porém produz encanto
Se enfeitiça a linguagem.
(Ella Maria)
Sem ter religião.
É vinho, é vinagre,
É minha extrema-unção.
É pra que se consagre
Palavras à razão.
E poeta se sagre
Sem ter qualquer grilhão.
Poeta não é santo,
Mas através do espanto
Escreve sua mensagem.
Não tem reinado e manto,
Porém produz encanto
Se enfeitiça a linguagem.
(Ella Maria)
sexta-feira, 19 de julho de 2019
Rituais noturnos
A noite embriaga mais que álcool
E as madrugadas são ópio do poeta.
São nelas em que eu descuidada
Digo as verdades mais inquietas.
Em surtos sonâmbulos dispo
A verdade ocultada
E ela passeia nua e livre
Isenta de razão e vaidade.
Surge de minhas palavras
Soltas e despretenciosas
E no ego já não está envolta.
São gemidos inaudíveis
Que sobem a garganta
Em rituais noturnos.
Ébria já não penso,
Só sinto o mundo
Em suscintos lampejos
De momentos presentes.
Já não sou nada,
Não sei nada,
Só busco contento.
E nesse momento
Sou porque estou
Não pensando
E por isso vivendo.
(Stella Araujo)
E as madrugadas são ópio do poeta.
São nelas em que eu descuidada
Digo as verdades mais inquietas.
Em surtos sonâmbulos dispo
A verdade ocultada
E ela passeia nua e livre
Isenta de razão e vaidade.
Surge de minhas palavras
Soltas e despretenciosas
E no ego já não está envolta.
São gemidos inaudíveis
Que sobem a garganta
Em rituais noturnos.
Ébria já não penso,
Só sinto o mundo
Em suscintos lampejos
De momentos presentes.
Já não sou nada,
Não sei nada,
Só busco contento.
E nesse momento
Sou porque estou
Não pensando
E por isso vivendo.
(Stella Araujo)
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Moinho
Verteu-se no copo o vinho
E embriagou meu caminho.
Entre taças e garrafas
Vejo imagens amorfas.
Enquanto eu assim definho
Triturada em pó miudinho
Enfeitiçaram-me as ninfas
Com lindas juras apócrifas.
Morro assim devagarinho
No que já foi nosso ninho
Formando adubo na terra.
É que o amor é moinho,
Apodrece se sozinho
Não renasce quando erra.
(Ella Maria)
E embriagou meu caminho.
Entre taças e garrafas
Vejo imagens amorfas.
Enquanto eu assim definho
Triturada em pó miudinho
Enfeitiçaram-me as ninfas
Com lindas juras apócrifas.
Morro assim devagarinho
No que já foi nosso ninho
Formando adubo na terra.
É que o amor é moinho,
Apodrece se sozinho
Não renasce quando erra.
(Ella Maria)
segunda-feira, 8 de julho de 2019
Metapoema II
O poema nasce de um formigamento,
Do meu sangue que fervilha
Aquecido pela alma comprimida.
E assim de tempo em tempo
Percorrem minhas veias
Esses pedacinhos de mim
Que entre células se ajuntam
E formam palavras desnudas.
Sem vergonha nem limite
Constroem versos e poesia.
Quando de mim se desprendem
Deitam plácidos no branco
Do papel ou da tela.
Quando de mim nascem
Já não são mais meus,
Mas sou eu infinitamente.
(Ella Maria)
Do meu sangue que fervilha
Aquecido pela alma comprimida.
E assim de tempo em tempo
Percorrem minhas veias
Esses pedacinhos de mim
Que entre células se ajuntam
E formam palavras desnudas.
Sem vergonha nem limite
Constroem versos e poesia.
Quando de mim se desprendem
Deitam plácidos no branco
Do papel ou da tela.
Quando de mim nascem
Já não são mais meus,
Mas sou eu infinitamente.
(Ella Maria)
domingo, 7 de julho de 2019
Voz reflexiva
Alguém me amou.
Um amor incompleto,
Porque minha parte faltava.
Então eu amei alguém
Num amor inacabado
Que não estava por perto.
Passiva e ativa
Perdia-me de mim.
Finalmente descobri
Que eu me amando
Era plena enfim.
E se amar-me-ia,
Hoje amar-me-ei,
Porque se não me amo
Não me conhecerei.
(Ella Maria)
Um amor incompleto,
Porque minha parte faltava.
Então eu amei alguém
Num amor inacabado
Que não estava por perto.
Passiva e ativa
Perdia-me de mim.
Finalmente descobri
Que eu me amando
Era plena enfim.
E se amar-me-ia,
Hoje amar-me-ei,
Porque se não me amo
Não me conhecerei.
(Ella Maria)
sábado, 6 de julho de 2019
Sanidade
Em que idade a vida desafina
E a sanidade é estar na linha?
Seria essa então a nossa sina?
Viver uma existência tão mesquinha?
Todo dia vivendo uma rotina
Ciente de que a morte se avizinha?
Só ver o amor passar não me convinha,
Como bater o dedo numa quina.
Por isso escapei de todos limites.
Treslouquei não aceito mais palpites.
O que importa ser são se não se é?
Merecemos conosco estarmos quites
Antes que esse poema então recites
Saber que a vida é que nem maré.
(Ella Maria)
E a sanidade é estar na linha?
Seria essa então a nossa sina?
Viver uma existência tão mesquinha?
Todo dia vivendo uma rotina
Ciente de que a morte se avizinha?
Só ver o amor passar não me convinha,
Como bater o dedo numa quina.
Por isso escapei de todos limites.
Treslouquei não aceito mais palpites.
O que importa ser são se não se é?
Merecemos conosco estarmos quites
Antes que esse poema então recites
Saber que a vida é que nem maré.
(Ella Maria)
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Metapoema I
O verso é livre e eu também
Nele digo tudo que penso
E ainda o que me convém.
Não se deixe confundir pela poeta,
Pois ela não existe.
Finge que sente amor e dor
E que a eles não resiste.
Não se nega que estão presentes,
Mas o tempo e modo são diferentes.
A poesia vive da imaginação,
Das rimas e da transformação.
Não cabe nesse mundo vasto
Nem apenas no meu coração vão.
(Ella Maria)
Nele digo tudo que penso
E ainda o que me convém.
Não se deixe confundir pela poeta,
Pois ela não existe.
Finge que sente amor e dor
E que a eles não resiste.
Não se nega que estão presentes,
Mas o tempo e modo são diferentes.
A poesia vive da imaginação,
Das rimas e da transformação.
Não cabe nesse mundo vasto
Nem apenas no meu coração vão.
(Ella Maria)
Assinar:
Postagens (Atom)